Ser líder exige coragem! A pressão para alcançar metas e resultados colide muitas vezes com a necessidade de cuidar do bem-estar próprio e dos colaboradores. E quanta coragem sentes para assumir este papel de uma forma influentemente positiva, para ti e para quem lideras?
Neste artigo vou explorar a importância dos líderes que emponderam - que atribuem valor às suas pessoas ao mesmo tempo que conseguem criar um ambiente de trabalho positivo e profícuo - e que abordagens eu considero cruciais para dotá-los de um pouco de coragem e ousadia para mudar mentalidades.
Imagina um ambiente de trabalho onde a liderança não fornecem apenas orientação, mas também se preocupa genuinamente com o bem-estar dos colaboradores.
Num mundo em constante evolução, a busca por abordagens inovadoras para a gestão e o ambiente de trabalho tornou-se imperativa. Incerteza, complexidade e volatilidade caracterizam o ambiente interno e externo das organizações e dos seus colaboradores, o que torna crucial trazer formas de pensar e actuar diferentes das habituais. Quando relembramos a humanidade que a todos nos caracteriza estamos, não só a gerar ambientes de trabalho mais positivos, como a melhorar o desempenho e cooperação de todos.
1. Teoria U: mudar mentalidades
Líderes são pessoas. E pessoas que aprendem a compreender e gerir as suas emoções, alinhando-as com princípios e valores, terão maior capacidade de criar e promover um clima de confiança e de empatia nos seus círculos de atuação. Ao desenvolver capacidades para se adaptar de forma eficaz à mudança, é possível fomentar soluções criativas de problemas e permanecer ágil perante cenários imprevisíveis.
A Teoria U (1) oferece uma abordagem inovadora, ao ajudar a liderança a adotar uma perspetiva mais profunda e consciente perante desafios e perante a condução das suas equipas, que vai além dos resultados tangíveis. Este modelo encoraja os participantes a questionarem as suas suposições, a explorarem novas perspetivas e a abrirem-se para novas possibilidades.
De facto, implica uma mudança de mentalidades, passar de abordagens tradicionais de gestão para uma abordagem mais aberta, colaborativa e orientada para o futuro. Ao cuidarem das condições internas e externas, os líderes suportam equipas mais envolvidas e organizações mais resilientes e inovadoras.
2. Mindfulness: ter a coragem para mudar o paradigma
Compreendemos que é crucial ter uma liderança capacitada para inovar e impulsionar essa mudança, flexível na forma de pensar e na forma de operar. É preciso ter coragem para enfrentar desafios, impulsionar a mudança e ainda ter energia para influenciar as suas equipas de forma inspiradora e construtiva. Mas como fazê-lo? É fundamental incluir na formação profissional o desenvolvimento de softskills essenciais para se auto-regular, fortalecer a resiliência, empatia, foco e clareza mental bem como abordagens que suportem a implementação de uma cultura ágil e de verdadeira cooperação.
A prática de Mindfulness tem demonstrado benefícios crescentes para o desenvolvimento da atenção, foco, clareza de pensamento, capacidade de comunicar de forma empática. A mudança acontece de dentro para fora. Inúmeros estudos científicos (2) têm-no comprovado, assim como organizações que adotaram a sua prática regular reportam um melhor desempenho e envolvimento dos seus colaboradores. Desta forma, dotamos a liderança com a capacidade de criar segurança psicológica no ambiente de trabalho o que, segundo alguns estudos realizados (3) garante que os colaboradores se sintam à vontade para expressar ideias, fazer perguntas e até mesmo cometer erros, sabendo que serão apoiados e respeitados, independentemente disso.
3.The Way of Council: comunicação transparente e alinhada com a estratégia
Criar uma cultura de comunicação transparente prepara o terreno para que as equipas se sintam seguras em partilhar as suas perspectivas e experiências. Também a capacidade de escuta atenta e partilha autêntica, baseada no reconhecimento e valorização da pessoa podem ser treinadas e aplicadas a qualquer nível. O The Way of Council (4) , uma prática ancestral de comunicação empática fomenta não só os laços interpessoais, mas também promove a transparência na comunicação, permitindo que todos tenham uma voz igualmente valorizada e tornando processos de tomada de decisão mais ágeis e eficazes. E a capacidade de escutar e compreender a perspectiva do outro, quer no líder quer no "liderado", permite alinhar expectativas com resultados num clima de confiança, ao mesmo tempo que se fortalece um ambiente de cooperação e conexão entre equipas.
Como todos sabemos: estamos a viver num ambiente mais perturbado e tóxico, com mais problemas de saúde mental ao nosso redor, distrações e problemas urgentes cada vez mais altos. E precisamos fortalecer a liderança com a capacidade de criar condições internas e externas para a criatividade, colaboração e concretização de impacto positivo. Ao juntar estas práticas disruptivas, os líderes podem criar uma cultura onde os colaboradores se sentem valorizados, ouvidos e capacitados. Esta transformação não só promove o sucesso organizacional, mas também contribui para um mundo empresarial mais humano e sustentável.
Adoraria saber o que pensas sobre isto!
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Referências:
(1) - "The Essentials of Theory U: Core Principles and Applications." - Scharmer, C. O. (2018), Berrett-Koehler Publishers.
(2) - "Human Empathy Through the Lens of Social Neuroscience." - Decety & Lamm, 2006.
(3) - "The Role of Psychological Safety in Human Performance and Well-Being" - Edmondson, A. C. (2018);
- "Psychological Safety and Learning Behavior in Work Teams" - Edmondson, A. C. (1999);
- "The Five Keys to a Successful Google Team" - Projeto Aristóteles (2015)
(4) - "The Circle Way: A Leader in Every Chair" - Christina Baldwin & Ann Linnea (2010)
- "The Way of Council: Origins and Adaptations for the Modern World" - Jack Zimmerman & Virginia Coyle (1996)
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